Esta coincidência não poderia passar batida.
Vou reproduzir o texto de orelha do livro de 1924:
"Queixam-se os críticos de que a arte moderna é sem pés nem cabeça, não tem começo nem fim. Erro de compreensão. Só têm pés e cabeça os animais, começo e fim as viagens de estrada de ferro e o dinheiro do bolso. Este último, principalmente, parece que só tem fim.
Começo e fim, cabeça e pés são apetrechos inúteis na vida
intelectual. Em arte não há começo nem fim. Ela começa antes dos fatos
descritos e continua depois de fechado o
livro.
A arte moderna não é um instantâneo, em que o transeunte
fica com o pé no ar. É uma fotografia animada, onde os bondes batem as
campainhas, os automóveis buzinam, os corretores correm da bolsa ao telégrafo e
as mulheres, lindas porque sabem se despir, olham e sorriem."
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