segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um encontro de bar

Dia desses fui a um bar chamado "Livraria da Esquina". Lugarzinho interessante, que apresentava como parte da decoração uma estante com livros (não sei por quê... rs). De brincadeira, pra tirar uma foto (como todo mundo que vai lá já deve ter feito) peguei um livro e fiz que estava lendo. Nessa, acabei captando um fragmento que me interessou, então fui ver sobre o que tratava aquele livro escolhido ao acaso.

O destino quis que eu escolhesse justamente um livro que versa sobre arte... O título é "Domingo dos Séculos", obra de um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, Rubens  Borba de Moraes, de quem eu, honestamente, se já havia ouvido falar, não me lembrava.
Esta coincidência não poderia passar batida.


Vou reproduzir o texto de orelha do livro de 1924:


"Queixam-se os críticos de que a arte moderna é sem pés nem cabeça, não tem começo nem fim. Erro de compreensão. Só têm pés e cabeça os animais, começo e fim as viagens de estrada de ferro e o dinheiro do bolso. Este último, principalmente, parece que só tem fim.
Começo e fim, cabeça e pés são apetrechos inúteis na vida intelectual. Em arte não há começo nem fim. Ela começa antes dos fatos descritos e continua depois de  fechado o livro.
A arte moderna não é um instantâneo, em que o transeunte fica com o pé no ar. É uma fotografia animada, onde os bondes batem as campainhas, os automóveis buzinam, os corretores correm da bolsa ao telégrafo e as mulheres, lindas porque sabem se despir, olham e sorriem."

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